Por quê eu não li antes? Nova série de podcasts da Prosa Nova

12 de novembro de 2021

Por quê eu não li antes? Nova série de podcasts da Prosa Nova

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No início de 2022, a Prosa Nova EduCultTech coloca no ar mais um projeto cultural. Trata-se de um série de cinco podcasts sob o nome de “Por quê eu não li antes?”.

“Por quê eu não li antes” é um projeto literário digital que irá apresentar obras de autoras brasileiras negras para o grande público, acompanhadas de uma discussão com especialistas no assunto sobre os motivos que fazem com que tais livros não estejam mais presentes na vida dos leitores. 

Reuniremos especialistas e debatedores em uma série de 5 podcasts, os quais serão reunidos em um site com informações complementares sobre as obras apresentadas, estudos complementares e outros títulos relevantes sobre o tema. 

Embora quase 50% por cento da população brasileira se declare como parda ou negra e as mulheres sejam a maioria em nosso país, isso em absoluto não se reflete na inserção desta população no ambiente editorial. As mulheres negras publicadas e lidas no Brasil fazem parte de uma minoria assustadora quando verificamos os dados (detalhados na justificativa) e conversamos com autoras e estudiosas do tema. 

A curadoria deste projeto é de Walkyria Novais, que é Bacharel em Comunicação Social Relações Publicas (UFPR) e em Artes Visuais (UFSM), Especialista em Poéticas Contemporâneas no Ensino da Arte (UTP) e em História da Arte e Curadoria pela PUC-PR. 

Vamos trabalhar com as 5 seguintes autoras e obras:

o Ursula (1859), Maria Firmina dos Reis;

o Agua Funda (1946) de Ruth Guimarães; 

o Quarto de despejo (1960), de Carolina Maria de Jesus; 

o Malungos e milongas (1988) , de Esmeralda Ribeiro; 

o A cor da ternura (1991), de Geni Guimarães. 

“Por quê eu não li antes” é um projeto literário que nasce a partir da necessidade de questionar as razões que levaram à exclusão das autoras negras brasileiras do mercado editorial. 

Dados revelados por um estudo da Universidade de Brasília (UnB) mostram que 93% da comunidade literária brasileira é composta de autores brancos. E, desse percentual, 72% são homens (encurtador.com.br/ayGV9). Na mesma UnB, o Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea mostra que entre 2004 e 2014 apenas 2,5% dos autores publicados não eram brancos. No mesmo recorte temporal, só 6,9% dos personagens retratados nos romances eram negros, sendo que só 4,5% eram protagonistas da história (encurtador.com.br/bsMYZ). 

Essas dados que mostram a exclusão da população negra diante do processo editorial enquanto produtora de conteúdo tornam-se ainda mais assustadores quando confrontamos com os os dados do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – que mostra termos noje no Brasil  54% da população brasileira declarada como negra ou parda. (encurtador.com.br/altzH)

O racismo estrutural (mais fortemente impactado na população negra feminina) reflete-se em diversos outros dados, tais como: 

• Dados do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de 2016, mostram que mulheres brancas recebem 70% a mais que mulheres negras. 

(encurtador.com.br/adtDG)

• A porcentagem de jovens brancas no ensino superior passou de 9,92% em 1995 para 23,81% em 2009. No caso de jovens negras, o índice passou de 2,37% para 9,91%.

(Dossiê Mulheres Negras retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil)

(encurtador.com.br/hlryP) 

Entendemos, portanto, que o projeto “Por que eu não li antes” tem uma relevância grande diante do cenário que nos propomos a discutir. 

Reforçamos também a importância de discutirmos o tema na mídia podcast. A facilidade de ouvir conteúdo de qualidade a qualquer momento, o surgimento de novos agregadores e aplicativos de escuta, assim como a vasta oferta de assuntos em diferentes tipos de atrações, têm levado milhares de adeptos para esta opção de entretenimento e informação. 

Em 2018, foi realizada no Brasil uma grande pesquisa a respeito dos hábitos de consumo dos ouvintes de podcasts encurtador.com.br/beivC). A PodPesquisa, maior levantamento recente sobre podcast, foi desenvolvida pela Associação Brasileira de Podcaster (ABPOD) em parceria com a CBN. Segundo a pesquisa, mais de 90% dos ouvintes deste tipo de conteúdo fazem uso dos smartphones para consumi-lo. Ou seja, a facilidade de acesso à tecnologia acabou por criar um novo hábito de consumo que tem sido usado largamente por tal universo consumidor. Também é importante ressaltar que, dentre o universo pesquisa, 75,3% dos internautas consultados declaram que o maior chamariz dos podcasts está na qualidade e diversidade do conteúdo.

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